Localizado no topo do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, a 700 metros de altitude, é reconhecido como uma das maravilhas do mundo moderno. Sou o engenheiro Alex Lei, e no vídeo de hoje vamos explorar a construção da estrutura do Cristo Redentor e conhecer um pouco de sua história. O projeto foi idealizado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa, com a colaboração do escultor francês Paul Landowski e do engenheiro Albert Caquot. Uma curiosidade pouco conhecida é que o Cristo possui um coração visível, feito de concreto e revestido com pedra-sabão, que pode ser visto externamente.
Engenheiros e técnicos estudaram diversas possibilidades e optaram pelo concreto armado para compor a estrutura do monumento, considerando-o o material mais protegido para essa obra de grande porte. Curiosamente, o Cristo Redentor foi uma das primeiras construções a usar cimento produzido no Brasil. A obra teve uma duração de nove anos, entre 1922 e 1931, e seu custo foi de aproximadamente 250.000 dólares por época, o que hoje correspondia a cerca de oito milhões de reais. A apresentação aconteceu em 12 de outubro de 1931, no dia de
A altura total do Cristo é de 38 metros, sendo a estátua em si com 30 metros e o pedestal com mais 8 metros, o que equivale à altura de um prédio de 13 andares. Seus braços se estendem por 28 metros. O monumento é oco, ou seja, não é necessário com concreto armado. As fundações estão inseridas a quatro metros de profundidade na rocha do topo do Corcovado, que foi cuidadosamente perfurada para a inserção manual dos vergalhões que dão suporte à obra. A partir dessas fundações, quatro pilares centrais sustentam a estrutura, que conta também com mais 13 lajes sobrepostas, como se fossem andares. A estátua pesa impressionantes 1.145 toneladas, o que exige uma estrutura extremamente robusta para suportar essa carga.
O transporte dos materiais para o topo foi um grande desafio. Felizmente, já existia uma linha férrea que chegava ao topo do Corcovado, facilitando o acesso aos operários e aos materiais de construção. Apesar das condições adversas — trabalhando a 700 metros de altura, perigo de calor intenso do verão, chuvas fortes, raios e até a presença de cobras venenosas como corais e jararacas na mata ao redor —, não houve registro de mortes durante os nove anos de idade construção. Alguns até acreditam que a obra foi abençoada, com proteção divina para os operários.
Grande parte dos recursos para a construção veio de ações feitas por católicos de todo o Brasil. Após a conclusão da estátua, o acabamento foi feito com pedra-sabão, material escolhido por ser duradouro e fácil de trabalhar. Essa pedra também é impermeável e muito resistente aos desgastes provocados pelo clima.
Ao observar de perto a estrutura do Cristo, é possível notar os triângulos de pedra-sabão, que foram colocados manualmente, um a um, formando um belo mosaico, exceto na face e nas mãos, que são lisas. A estrutura do Cristo e alguns acabamentos passam por manutenções preventivas e restaurações periódicas. Em 2008, uma estátua foi atingida por um raio durante uma tempestade intensa, causando danos nos dedos, na cabeça e na sobrancelha. Para reparar esses estragos, o Governo do Estado do Rio de Janeiro implementou um esforço de restauração, que incluiu a substituição de algumas camadas externas de pedra-sabão e as peças dos para-raios instalados na estátua. O monumento foi danificado novamente por um raio em janeiro de 2014, que destruiu um dos dedos da mão direita. Além dos relâmpagos, a estátua também está no seu
Outra curiosidade é que todos os moldes da estátua foram criados na França, utilizando gesso em tamanho real. Ao chegar ao Brasil, os moldes foram concretados em um local em São Gonçalo, onde diversos testes foram realizados durante o processo de concretagem. Inicialmente, o molde foi mergulhado em argamassa e, após a secagem, foi quebrado, permitindo a formação da peça com a armação de aço. Esse processo foi aplicado a todos os componentes do Cristo Redentor, que se tornou um símbolo do cristianismo brasileiro e um marco mundial.
Em 2011, uma pesquisa de opinião realizada pela internet revelou que 23,5% dos 1.700 executivos de diversos países da região consideravam o Cristo Redentor o maior símbolo da América Latina. O acesso ao monumento pode ser feito de duas maneiras: através do trem do Corcovado, que parte do bairro do Cosme Velho, ou por meio de vans que possuem pontos de embarque fixos no Largo do Machado, em Copacabana, na Barra da Tijuca ou em Paineiras. O acesso de carro é permitido apenas até o centro de visitantes, onde os turistas devem sair
Em 12 de outubro de 2006, a estátua foi elevada ao status dos santos católicos, em celebração aos seus 75 anos. Na base do monumento, existe uma capela dedicada a Nossa Senhora Aparecida, onde são realizadas celebrações católicas, como casamentos e batizados. No dia 7 de julho de 2007, durante uma festividade em Portugal, o Cristo Redentor foi selecionado como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Essa decisão foi resultado de um concurso informal, baseado em votos populares pela internet e por telefone, ultrapassando a marca de 100 milhões de votos. É uma obra extraordinária que une engenharia, arquitetura, design e escultura em um único monumento, e não é surpresa que seja considerada uma das sete maravilhas