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Os americanos estão dominando a Europa

Os americanos estão dominando a Europa

Bem-vindos ao Money Sapiens, o canal onde exploramos as complexidades econômicas e sociais que moldam o nosso mundo. Hoje, vamos mergulhar na fascinante tendência de migração americana para a Europa, examinando as razões, benefícios e desafios que surgem dessa crescente movimentação. Se você ainda não está inscrito, não perca a oportunidade de se manter atualizado com análises exclusivas. Inscreva-se, ative as notificações e, claro, deixe seu like se estiver pronto para explorar conosco o universo do Money Sapiens.


Se percorrer as ruas de Valência, será exposto ao inglês, mas não um inglês qualquer – o inglês americano. Fale corretamente, no estilo americano. Valência destaca-se como uma das cidades mais internacionais de toda a Espanha, sendo um ponto turístico em ascensão. A cidade abriga várias universidades e escolas de inglês, tornando-se cada vez mais um destino preferido pelos americanos, tanto na Espanha quanto na Europa.
Estou aqui para explorar um tópico que provavelmente já encontrou no YouTube. Existe todo um subgênero de YouTubers elogiando o estilo de vida europeu e buscando escapar dos Estados Unidos. Inicialmente, pensei que poderia ser apenas uma tendência midiática, já que criticar o próprio país parece ser uma maneira segura de obter cliques e visualizações interessantes. No entanto, ao examinar os números e conversar com americanos que fizeram a mudança, percebi que não são apenas os blogueiros que estão fazendo essa transição. Parece ser uma história de um fluxo crescente de americanos emigrando para a Europa.
Com novos vistos, a opção de trabalhar online e uma Europa de língua inglesa em ascensão, o cenário está se transformando. Enquanto os Estados Unidos buscam se tornar um país mais acolhedor, diante do recente aumento da violência armada, tráfico de fentanil e a decisão da Suprema Corte de encerrar Roe v. Wade, surge a questão: embora os Estados Unidos ainda se orgulhem da promessa do sonho americano e permaneçam uma terra de oportunidades para muitos, será que a negligência em relação à política social está começando a afetar isso? E a aposta da Europa na qualidade de vida pode estar começando a gerar dividendos econômicos?
1 – Emigração dos americanos:
Desde a sua fundação, os Estados Unidos têm sido um país de imigração, com mais de um milhão de pessoas migrando para o país em 2022. No entanto, os EUA também estão se tornando um país de emigração. Antes de nos aventurarmos na cidade, gostaria de apresentar alguns gráficos para demonstrar o quão significativa é essa transformação. Historicamente, os americanos não costumavam ser conhecidos por viajar pelo mundo, afinal, os EUA oferecem uma variedade de cidades, climas e oportunidades de emprego. Em 1999, The Economist observou que os americanos educados eram os menos propensos a deixar o país.

 

 

Nas últimas duas décadas, observou-se um aumento no número de passaportes emitidos pelos Estados Unidos, especialmente após a crise financeira de 2007. Presumivelmente, as consequências da eleição presidencial de 2016, vencida por Donald Trump, também tiveram impacto nesse fenômeno.
Atualmente, cerca de 40% dos americanos possuem passaporte, e alguns já o utilizaram para atravessar o Atlântico rumo à Europa. Se você é um americano que deseja mudar-se para o continente europeu ou um europeu em constante movimento, o patrocinador de hoje, Speakly, pode ser exatamente o que procura. Eu, pessoalmente, enfrento restrições de tempo para frequentar aulas de idiomas, mas estou comprometido em aprender novas línguas. Atualmente, residindo em Valência, estou focado em aprender espanhol. Contudo, aprender um novo idioma apresenta desafios, sendo que metade do tempo é dedicada a frases pouco úteis, como “O gato está na geladeira”. Speakly, após seis anos de estudo de milhares de estudantes de línguas, desenvolveu um método de aprendizagem que evita tais frases inúteis, concentrando-se em expressões realmente úteis para conversação. O aplicativo também oferece músicas e podcasts no idioma escolhido, ampliando as habilidades para além da leitura. Se deseja aprender um novo idioma e apoiar o canal, clique no link abaixo e inicie sua jornada com o Speakly, experimentando gratuitamente por sete dias e aproveitando um desconto de 60% na assinatura anual.
Agora, voltando ao vídeo.
2 – Quantos americanos estão emigrando?
Analisando dados, descobri que quantificar a emigração americana é um desafio, dada a dificuldade em obter números precisos. Optei por examinar o número de eleitores registrados que receberam vistos ou residência permanente. Este último revela um aumento constante no número de americanos com residência permanente na Europa, especialmente no sul do continente, com destinos preferidos como Espanha, Itália e Portugal.
Outros dados indicam a presença de cerca de 200.000 americanos vivendo exclusivamente na França, em comparação com aproximadamente 40.000 considerando o número de residentes permanentes. No entanto, suspeito que o número de americanos em toda a Europa seja maior, especialmente devido ao tempo necessário para obter um status mais permanente. Alguns americanos optam por se deslocar entre países europeus a cada 90 dias, aguardando que as burocracias lentas do continente realizem seu processo.

 

Ao longo de várias métricas distintas, é evidente que o número de americanos “expatriados” migrando para a Europa está em ascensão, e há inúmeras histórias pessoais que corroboram esse movimento. Em resumo, a Europa é considerada um lugar melhor para se viver. Poderia examinar minuciosamente todas as razões, apresentando gráficos que evidenciam a mobilidade social, a educação mais acessível, o acesso a cuidados de saúde, licença-maternidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Além disso, mapas de cidades caminháveis poderiam ser destacados. Algumas pessoas aproveitam o dólar americano por meio de uma prática chamada arbitragem geográfica, possibilitando receber salários em um local e mudar para outro mais econômico para maximizar os benefícios. Com o dólar americano mais robusto em termos absolutos e a queda do euro em relação ao dólar, a renda e as economias americanas podem render mais na Europa. No entanto, entre as pessoas com quem conversei, a segurança emerge como o motivo mais proeminente para essa migração. Há uma crescente preocupação com a segurança nos Estados Unidos, especialmente em relação a eventos como tiroteios em locais públicos, o que tem levado muitos a buscar um ambiente mais seguro para criar seus filhos.


3 – A demanda europeia por americanos
Os países europeus estão, de fato, receptivos aos migrantes americanos, considerando-os educados e culturalmente compatíveis. Embora haja uma presença de aposentados que buscam uma aposentadoria tranquila, a maioria dos migrantes é jovem e vista como uma valiosa contribuição para sociedades envelhecidas e os déficits públicos na Europa. Especialmente no sul da Europa, países como Espanha, Itália, Portugal e Grécia criaram vistos para nômades digitais, oferecendo benefícios fiscais substanciais na esperança de atrair trabalhadores remotos e fortalecer suas bases tributárias. Isso é particularmente atrativo para americanos que trabalham remotamente e praticam a arbitragem geográfica. Contudo, essa iniciativa gerou alguma reação negativa, impactando não apenas americanos, mas também europeus que já residiam na região, elevando os preços do aluguel. Em alguns casos, como em Portugal, os preços da habitação aumentaram significativamente, levando a medidas como a retirada do visto gold, que permitia livre acesso ao país mediante um investimento significativo, devido ao aumento da demanda. No norte da Europa, a abordagem é diferente, pois a vida é mais cara e o clima menos favorável para nômades digitais. Nesses países, observa-se uma atração de americanos que buscam uma integração mais profunda na vida econômica local, especialmente em cidades como Amsterdã, onde a fluência em inglês é mais prevalente e há oportunidades de emprego que não exigem fluência em holandês.

 

Devido às economias orientadas para exportação e comércio no Norte, além do recente investimento americano nesses países, surgiram desafios para empregos de alto nível na UE quando americanos se candidatam. Embora os benefícios desses migrantes sejam evidentes, surge uma questão crucial: eles se integrarão localmente? Especialmente em países do sul da Europa, como Espanha, a integração de trabalhadores americanos na economia local parece desafiadora. Trabalhar para empresas espanholas pode ser extremamente difícil, pois os espanhóis enfrentam restrições semelhantes ao trabalhar para suas próprias empresas. Portanto, muitos que se mudam para cá acabam operando em uma economia paralela, com foco internacional. Já no norte do continente, onde a economia e a sociedade são mais orientadas para o inglês, há mais esperança de integração por parte dos americanos. Culturalmente, os americanos têm a reputação de não serem proficientes em outros idiomas, e muitos, como expatriados em novos países, confiam no inglês para se comunicar.
4 – Uma solução mágica para o envelhecimento da Europa?
A migração americana pode ser uma possível resposta para alguns dos principais problemas da Europa, como a competição global por talentos e o envelhecimento de sua população. No que diz respeito ao talento, os países europeus buscam atrair engenheiros e profissionais através de novas leis de startups e benefícios fiscais. No entanto, até agora, os fundadores americanos não migraram em grande número para a Europa. Em vez disso, é a classe média alta americana desiludida com a burocracia e os impostos que tem migrado. Isso pode ter impacto não apenas na Europa, mas também na emigração de europeus para os Estados Unidos. Embora haja menos europeus solicitando residência permanente, a faixa etária mais jovem que migra pode ser resultado do envelhecimento da Europa. Ainda assim, 40% da população americana tem direito à cidadania europeia por ascendência, o que pode fortalecer laços culturais e familiares entre os dois lados do Atlântico. Essa migração também pode ter implicações nas línguas faladas na Europa, especialmente no que diz respeito à predominância do inglês. A Europa parece ser, atualmente, um refúgio para americanos em busca de uma vida melhor, e há benefícios econômicos a serem colhidos se os países europeus oferecerem um ambiente de negócios mais amigável. Contudo, isso levanta a questão de se oferecer uma boa qualidade de vida é uma estratégia suficiente e se países como a Espanha podem atrair americanos ricos, instruídos e empreendedores com ofertas atraentes.


E aqui encerramos mais uma análise profunda no Money Sapiens. A migração americana para a Europa é um fenômeno que desenha uma nova narrativa nas interações globais. Se você apreciou a discussão e deseja continuar explorando as dinâmicas financeiras e sociais que moldam o nosso mundo, não se esqueça de se inscrever no canal e deixar o seu like. Suas interações são vitais para a continuidade desse diálogo. Obrigado por estar conosco, e até o próximo episódio no Money Sapiens!